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A Pietà de Michelangelo
"Amor é fogo que arde sem se ver"
O poeta português Luís Vaz de Camões (1524 ou 1525-1580) teve uma vida atribulada pelas muitas lutas políticas de que participou e pelos muitos amores que viveu. De sua obra destacam-se Os lusíadas, um longo poema épico de louvor aos feitos portugueses na sua expansão para o Oriente. Ao lado disso, são inúmeras suas composições líricas, como redondilhas, canções, sonetos, elegias e odes.
Das idéias renascentistas do seu tempo ele aderiu ao racionalismo. fácil de ser percebido nos sonetos, mas não se deixou limitar por ele. Sempre enriqueceu a visão racionalista da natureza, da mulher e do amor com a originalidade de sua imaginação e de sua experiência de vida.
Assim, quando Camões compõe um poema cujo tema é o amor. temos sem dúvida uma reflexão sobre esse sentimento universal, sobre o próprio conceito de amor. Mas é improvável que deixemos de notar a experiência vivida. Não estamos apenas diante da razão questionando um conceito universal, mas também do sentimento particular do eu-lírico. É isso que podemos perceber quando lemos, por exemplo, este soneto:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
E solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade.
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões, Lírica.
Colaboração Profº Marcos Ricarte
Um comentário:
OLÁ, SHIRLEY, PARABÉNS PELO BLOG. A INTERNET É UM BOM VEÍCULO PARA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS, E SEU BLOG, CERTAMENTE, SERÁ UMA PARADA OBRIGATÓRIA AOS INTERNAUTAS INTERESSADOS EM NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA.
abraço do André Mota!
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